sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A trajetória de decolagem

Começa após o avião ter atingido 35 pés na velocidade V2 e termina a no mínimo 1500 pés de altura sobre a pista ou em uma altitude onde a transição de configuração de decolagem para a configuração de vôo em rota for completada, o que equivale dizer, na altitude mais elevada entre as duas. Ela é dividida em 4 SEGMENTOS, os quais serão explicados adiante e é considerada no caso de haver falha de motor na corrida de decolagem após ter sido atingida a velocidade V1. Os gradientes mínimos de decolagem são determinados pelo FAR 25 (Federal Aviation Regulations). Vamos então aos segmentos de decolagem: 1º SEGMENTO Inicia-se após ter sido atingida a velocidade V2 a 35 pés de altura. Neste segmento é efetuado o recolhimento do trem de pouso. Ele termina no momento em que o trem de pouso estiver totalmente recolhido. Os gradientes exigidos para este segmento são pequenos devido ao arrasto do trem de pouso. Definições do 1º Segmento: Dentro deste segmento a aeronave poderá estar operando nas seguintes condições: 


A) um motor inoperante; 
B) demais motores com potência de decolagem; 
C) trem de pouso recolhendo; 
D) flap em posição de decolagem; 
E) velocidade - mantendo a V2; 
 F) gradiente - aeronave de 04 reatores = 0,5% aeronave 
de 03 reatores = 0,3% aeronave 
de 02 reatores = no mínimo positivo 

2º SEGMENTO Inicia-se logo após o total recolhimento do trem de pouso. Este é o segmento mais restrito pois exige altos gradientes de subida para poder ganhar altura mais rapidamente e livrar os obstáculos. Termina quando a aeronave atinge no mínimo 400 pés de altura sobre o nível da pista. Definições do 2º Segmento 

A) um motor inoperante; 
B) demais motores em potência de decolagem; 
C) trem de pouso recolhido; 
D) flap na posição de decolagem; 
E) velocidade - V2; 
F) gradiente mínimo - aeronave de 04 reatores: 3% aeronave de 03 reatores: 2,7% aeronave de 02 reatores: 2,4% 

3º SEGMENTO Inicia-se a no mínimo a 400 pés sobre o nível da pista. Este segmento é horizontal, pois no mesmo é efetuada a aceleração da aeronave e o recolhimento do flap. Por ser um segmento com gradiente nulo, ou seja 0, a tração extra é aplicada na aceleração da aeronave, porém em alguns casos em que a aeronave estiver leve, ela poderá atingir velocidade acima da máxima permitida com os flaps abaixados (Flap placard speed), sendo nesse caso necessário continuar a subida para evitar danos estruturais nos flapes. Este segmento termina após o recolhimento total do flap ou após a aeronave ter atingido 1,25 VS, o que ocorrer por último. Definições do 3º Segmento 

A) um motor inoperante; 
B) demais motores em potência de decolagem; 
C) trem de pouso recolhido; 
D) flap recolhendo; 
E) velocidade - acelerando de V2 para 1,25 VS; 
F) gradiente nulo - 0% SEGMENTO FINAL Inicia-se a partir do ponto onde a configuração for atingida. 

Neste ponto o avião atinge normalmente o limite de uso da potência de decolagem (5 minutos para turbinas) e passa a utilizar a potência máxima contínua (MCT - Maximum Continuous Thrust). Termina a no mínimo 1500 pés acima do nível da pista. Definições do Segmento Final: 

A) um motor inoperante; 
B) demais motores em potência máxima contínua; 
C) trem de pouso recolhido; 
D) flap recolhido; 
E) velocidade - no mínimo 1,25 VS; 
F) gradiente mínimo - aeronave de 04 reatores: 1,7% aeronave de 03 reatores: 1,5% aeronave de 02 reatores: 1,2%

Durante uma decolagem na qual ocorra falha de qualquer um dos motores, o avião deverá ser mantido nesta trajetória ou acima dela. Para alguns tipos de aviões a trajetória de decolagem difere um pouco com relação ao 3º segmento ou à velocidade em cada segmento, porém, as características de cada um nunca poderão ser inferiores aos mínimos relativos a gradientes e velocidades. Durante essa trajetória, qualquer curva só poderá ser realizada após atingir a V2 a 35 pés de altura e sua inclinação máxima deverá ser de 15º. Durante a subida a razão de subida e o ângulo de subida diminuem gradativamente, enquanto a TAS (True Airspeed - Velocidade Aerodinâmica) aumenta. A subida é feita com velocidade de maior razão de subida. Não havendo obstáculos nas proximidades do aeródromo, somente é exigido que a aeronave cumpra o 1º e o 2º segmentos, podendo voltar para pouso após ter completado os dois. É permitido eliminar o 3º segmento, passando do 2º para o Final, a critério do operador, fazendo a aceleração e o recolhimento do flap no segmento final. V1 - Velocidade de Decisão na decolagem (vide artigo "decolagem") V2 - Velocidade de segurança após a decolagem VS - Velocidade de Estól



5 comentários:

  1. Muito bom mano tava procurando matéria sobre os segmentos da decolagem pois perdi as minhas anotações do aeroclube! boa matéria abraço!

    Grecchi

    ResponderExcluir
  2. Buenas Grecchi meu Brother... Esta na mão hehe... Ai logo mais vai ter o churras em Cmte. aqui em casa da comemoração. abração Cmte Grecchi.

    ResponderExcluir
  3. Excelente explanação, linguagem clara e objetiva Muito obrigado

    ResponderExcluir